O mistério das manchas de petróleo nas praias do Nordeste

Por que o governo federal até agora não descobriu a origem do desastre ambiental, que transformou o litoral nordestino em um mar negro?

A praia de Carneiros, em Tamandaré (PE), uma das mais visitadas por turistas em Pernambuco, amanheceu nesta sexta-feira, 18, manchada de petróleo cru. O local agora junta-se às centenas de praias nordestinas atingidas por estas manchas, que até agora têm origem desconhecida. O governo federal alega que está investigando o caso, mas parece pouco preocupado com o desastre ambiental que afeta o litoral do Nordeste.

No Estado, são 24 pontos atingidos até o momento, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Com origem desconhecida, o poluente se espalha pelo litoral nordestino desde o início de setembro e já atinge 187 pontos, do Maranhão à Bahia.

O CEPENE, UFPE e Instituto Recifes Costeiros estão com embarcações monitorando o mar. Para conter o avanço de petróleo em Pernambuco, a Marinha, a Petrobras e a Transpetro disponibilizaram barreiras de contenção e de absorção, além de mantas absorventes. A medida foi tomada após reunião realizada nesta quinta-feira (17) na sede da Capitania dos Portos, no Recife.

Para o presidente do Sintape, Adailton Melo, o desastre das manchas de óleo nas praias de Pernambuco e de todo o Nordeste, expõe a falta de fiscalização na costa brasileira e a ineficiência do Ministério do Ambiente em atuar na investigação da origem do óleo e punição dos culpados. "O governo federal precisa dar uma resposta à população e intensificar a fiscalização. A presença do petróleo na orla nordestina, além de um desastre ambiental, repercute no turismo e na economia da Região. É o reflexo da pouca importância que o governo dá ao meio ambiente do país. Lamentável!", declarou.

Redação Sintape