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QUE SINDICATO NÓS QUEREMOS?

07/07/2017 | 06h:21

Por Ademir Damião dos Santos*

Recentemente, tomou posse a nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Agricultura e Meio Ambiente de Pernambuco (Sintape), com mandato para os próximos três anos, representando uma excelente oportunidade para que se faça uma avalição da necessidade e importância do sindicato, avaliando o papel a ser desenvolvido pela direção e pelas bases sindicais dos órgãos ADAGRO, APAC, CPRH, IPA, PEPART, Secretaria da Agricultura, devendo se pensar a forma de agir na conjuntura que vivemos atualmente no Estado de Pernambuco e no Brasil.

A indagação acima nos leva a uma séria reflexão que passa pela relação bases – diretoria, que, em um artigo publicado em uma edição “Corre Campo” em 2014 (quando da posse da antiga diretoria), tivemos oportunidade de apresentar nossa opinião, que avaliamos continuar válida.

Naquela ocasião, afirmamos, em outras palavras, que “compreendemos que tal relacionamento é uma via de mão dupla, ou seja, havendo necessidade de uma reflexão do papel a ser devolvido pela direção, assim como refletir sobre a atuação das bases do sindicato, pois a ação de uma está diretamente ligada a ação da outra, lembrando que não há
sindicato forte sem direção e base unidas, comprometidas e participativas no processo de organização e luta”.

Esta reflexão se faz urgente, visto a situação da classe trabalhadora brasileira, da qual fazemos parte, que vem passando por um momento de sérias dificuldades, 
diante do conjunto de reformas que vem sendo propostas e aprovadas no Congresso Nacional sobre a benção do Governo Federal, e que, possivelmente, deverá ter rebatimento nas administrações estaduais e municipais.

Neste quadro, não cabe se pensar que só a direção sindical deve puxar as lutas da categoria, devendo se fortalecer a ideia da base se fazer presente no dia a dia do sindicato, não só com os(as) delegados(as) sindicais, mais, também, com a constituição de comissões e grupos de base, que, no dia a dia, discutam os problemas da categoria e contribuam a organização da mesma, não só nos períodos de negociações salariais.

O Sintape deve possuir uma retaguarda aguerrida e organizada, que possa dar uma reposta imediata no caso do não atendimento de suas reivindicações, que não pode ficar resumidas ao imediatismo, mas deve incorporar mudanças no ambiente do trabalho e na sociedade como todo, evitando perda de direitos adquiridos.

Logicamente para que tal fato possa ocorrer, espera-se que a nova direção sindical faça permanente autocrítica, verificando erros e acertos cometidos, buscando se integrar cada vez mais com suas bases, construindo um permanente canal de diálogo, utilizando os meios formais e informais, dinamizando as assembleias e otimizando a utilização das redes sociais.

No tocante à base sindical, deve ser salientando que uma das formas de fortalecer nossa luta e organização passa pelo crescimento do número de associados(as), não só pelo aspecto da ampliação da renda da entidade, que aliás é muito importante, mais também para ampliar o poder de força do Sintape junto ao Governo, demonstrando que o grau de representatividade do sindicato.

Caso não consigamos avançar no processo de relacionamento das bases e direção, deveremos ter muito mais dificuldades no enfrentamento dos problemas decorrentes do momento vivido no Estado e no país, deixando todas ações para direção e a cobrança permanente das bases, como ocorre atualmente, com reduzidos resultados obtidos.

*ADEMIR DAMIÃO AMORIM DOS SANTOS
Empregado público da CPRH e representante do Sintape no Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema)

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